quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Rede Nacional vai apoiar criação de remédios anticâncer


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Com o objetivo de reduzir a dependência das importações. A Rede Nacional de Desenvolvimento e Inovação de Fármacos Anticâncer teve a iniciativa de encontrar candidatos para receber apoio técnico e financeiro do governo. O Brasil que nunca desenvolveu remédios contra o câncer começará neste ano de 2012 a fazer um mapeamento de instituições de pesquisa oncológica e de moléculas já identificadas por cientistas que tenham potencial como arma contra o câncer.
Para começar os trabalhos, a rede conta com R$ 1 milhão do Ministério da Saúde. De acordo com Zich Moysés Júnior, do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde do ministério, até 2014, a Redefac deve receber mais R$ 16 milhões.
Em 2011, o SUS gastou cerca de R$ 2,2 bilhões em medicamentos para o câncer. O que representa 3% do orçamento de R$ 70 bilhões do Ministério da Saúde para ações e serviços de saúde no mesmo período.
“O investimento em pesquisa é fundamental para a sustentabilidade do SUS”, explicou Moysés Júnior, à Folha de SP. “Desde 1999 o gasto com radioterápicos mais do que dobrou, e o com quimioterápicos aumentou seis vezes.”, completou.
Após o mapeamento, que tem previsão de durar até um ano, um comitê avaliará o potencial científico e de mercado das substâncias identificadas. As mais promissoras passarão a receber apoio direto do governo.
Para seguir as próximas etapas da pesquisa, serão necessários financiamentos de estudos e registros de patente e da costura de acordos com a indústria farmacêutica, principalmente na fase de pesquisa clínica, quando o candidato a medicamento é testado em seres humanos.
“A etapa clínica é uma fase com custo muito alto”, explica o coordenador de pesquisa clínica do Inca (Instituto Nacional de Câncer), Carlos Gil Ferreira, responsável pela operacionalização da rede. “Mundialmente, a tendência é que os governos dividam os riscos, e também os lucros, com a iniciativa privada. O plano é trazer esse modelo para o país”, afirma Ferreira.
* Publicado originalmente no site EcoD.

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