Na madrugada deste dia 13/01/2012, acompanhei um documentário que muito me chamou a atenção. Foi no canal GNT, intitulado Bebês Feitos na Índia, mostrando "como o país está se transformando em uma espécie de fábrica mundial de bebês".
Por conta da miséria, apesar do crescimento econômico indiano, mulheres se afastam de seus familiares e amigos durante nove meses, passam a morar em cidades distantes das suas, ganham vinte dólares por mes, além de casa e comida, enquanto decorre o período da gravidez. As leis permitem essas práticas, mas ainda acontece de forma discreta ou escondida, chegando ao conhecimento no máximo dos familiares mais próximos. Os vizinhos não podem saber.
Tais mulheres, na verdade, apenas alugam seus úteros pois, quando ocorre o nascimento, elas desaparecem por completo. Quando a criança vem ao mundo, uma certidão falsificada é elaborada, quem assina a papelada é o casal que ficará com o bebê, isso depois de deixar nas mãos de doutores e doutoras e mesmo de agências de "turismo" médico o pagamento, com os intermediários se encarregando de preparar com extremo cuidado, o esquema que favorece casais norte - americanos, europeus e de indianos ricaços, assegurando que, enquanto permanecerem na Índia, tenham à disposição aparelho telefônico e transporte. Consta ainda no pacote, hotel antes e depois do nascimento, em instalações de luxo, enquanto é preparada a documentação da criança. No caso dos casais de fora da Índia, é como se uma mulher dos Estados Unidos ou de algum país europeu fosse dar à luz em alguma cidade daquele país. Isso mesmo. Depois é conseguido o visto, deixam o país e, em poucas oportunidades, essa saída é dificultada.
A dona da barriga de aluguel recebe cinco mil e quinhentos dólares, fica com saudade da criança que carregou durante nove meses, às vezes correndo risco de morte, pois ocorrem complicações no parto, e talvez tenha que fazer isso por tantas outras vezes, dada a situação de pobreza em que se encontra sua família.
Os agenciadores dizem que tudo é para ajudar as mulheres, o que é uma grande mentira, pois na verdade, com o aval das autoridades locais, as mulheres são usadas pois, como alguns afirmam, elas são pobres e caso queiram recorrer à justiça, nada conseguirão. Essas mulheres sempre têm a preocupação com a educação de seus filhos e a tendência é que ocorra a perpetuação do negócio, sem levar em conta a questão da ética. Importante saber: se houver um aborto, a dona da barriga de aluguel, rigorosamente, nada recebe.
Nos Estados Unidos o processo todo envolvendo o tratamento de fertilização e implantação dos óvulos na barriga de aluguel, de acordo com empresário indiano, que recebe casais para tratar sobre o aluguel do útero, pode chegar a cento e vinte e cinco mil dólares, enquanto na Índia, no máximo vinte e cinco mil. Daí a procura, neste país, por parte dos casais inférteis e também de homossexuais.
Cada clínica faz suas regras, os casais não podem escolher a dona da barriga de aluguel e há casos em que as mesmas nem mesmo são conhecidas pelos casais antes do parto.
Não sei como caminha tal questão no Brasil.
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