sábado, 30 de abril de 2011

Hegemonia paulista no PT volta à cena com Falcão na presidência

Deputado estadual foi escolhido para comandar partido no lugar de Dutra, apesar de não ser nome preferido de Dilma e Lula

29 de abril de 2011 | 23h 00

Eugênia Lopes, João Domingos e Vera Rosa, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Em reunião marcada por temas com alto poder de desgaste, como a anistia ao ex-tesoureiro Delúbio Soares, um grupo insatisfeito com a falta de cargos no governo elegeu o deputado estadual Rui Falcão presidente do PT, em substituição a José Eduardo Dutra, com um discurso de unidade e prometendo "direção coletiva". Dutra renunciou ao comando por problemas de saúde.
Ligado ao ex-ministro José Dirceu, réu no escândalo do mensalão, Falcão não era o candidato de Dilma nem do ex-presidente Lula, que preferiam o nome do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Sua escolha, porém, refletiu a guerra política entre o governo e a bancada do PT na Câmara, descontente com a montagem do segundo escalão.
"Somos aqueles filhos que estão crescendo e tomando decisões próprias", resumiu o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT. "Precisamos de um presidente que dê estabilidade ao partido. O PT não é só um gerenciamento burocrático."
Empossado nesta sexta-feira, 29, mesmo, após contar com apoio de todas as correntes, Falcão disse não ter qualquer incompatibilidade com Dilma. "Temos uma amizade profunda." Ao assumir o comando do PT, ele fez uma referência indireta ao mensalão ao criticar a elite, que, na sua avaliação, "tentou depor o presidente Lula e não teve coragem".

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