quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Senadora que perde cargo: posse de Barbalho é 'privilégio a corrupto'

A senadora Marinor Brito (Psol-PA) criticou duramente nesta quarta-feira a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de garantir a posse de Jader Barbalho (PMDB-PA) no Senado. Ela disse que a manifestação da Justiça em favor de seu adversário é um "privilégio a interesses de um corrupto".
Ao protestar contra o veredicto, a política disse que o resultado do julgamento representa um "golpe" contra a Lei da Ficha Limpa. Barbalho conseguiu 1,799 milhão de votos nas eleições de 2010, mas havia sido enquadrado como "ficha suja" por ter renunciado em 2011 ao cargo de senador para se livrar de um processo de cassação. Entre outras denúncias, ele era suspeito na época do desvio de dinheiro da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) para custear um criadouro de rãs. A entidade teria repassado R$ 9,6 milhões para arcar com as despesas do ranário.
"Foi isso que o ministro Peluso fez: privilegiou interesses de um corrupto", afirmou Marinor, que avisou que pretende recorrer para se manter no posto de senadora. Em tom de revolta, chegou a acusar o PMDB de pressionar o STF para garantir uma decisão favorável a Jader Barbalho.
O direito do agora senador paraense Jader Barbalho de ocupar uma cadeira no Senado foi confirmado hoje, após voto de desempate do presidente da Suprema Corte. Em março, o STF decidiu que as novas regras de inelegibilidade não poderiam ser aplicadas nas eleições de 2010 por violar o princípio da anualidade eleitoral, que estabelece que a lei que alterar o processo eleitoral não pode se aplicada à eleição que ocorra a menos de um ano da data de sua vigência. A Lei da Ficha Limpa foi votada e sancionada em 2010.
"É um golpe antecipado no Ficha Limpa, e a responsabilidade desse golpe é do ministro Peluso, do presidente da Suprema Corte do País. Ele tomou uma decisão unilateral para privilegiar interesses das pressões feitas pelo PMDB. Meu sentimento é de uma cidadã que está se sentindo traída pela Justiça brasileira", disse Marinor Brito. "Enquanto não houver conclusão do processo, enquanto ainda houver recurso, eu tenho o direito de permanecer no Senado Federal e vou lutar até quando as pernas aguentarem para manter aqui no Senado Federal uma representante do povo de mãos limpas", afirmou.

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