Feijão, batata-doce e arroz estão sendo enriquecidos nutricionalmente para combater a desnutrição. É isso mesmo. Graças a uma técnica desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para a produção de alimentos biofortificados.
O que é isso?
Alimento transgênico?
Não, não são
alimentos transgênicos. De acordo com a Embrapa, a técnica proporciona o
melhoramento por meio da seleção das sementes que apresentam características
desejáveis de micronutrientes e não usa a manipulação genética.
A pesquisa
dos alimentos biofortificados começou há mais ou menos dez anos. Depois de seis
anos de trabalho, pesquisadores de 11 Unidades da Embrapa já conseguiram
mandiocas e batatas-doces com altos teores de betacaroteno (pró-vitamina A) e arroz, feijão e feijão-caupi com maiores teores de ferro
e zinco.
“Nós estamos
desenvolvendo cultivos agrícolas com maiores teores de ferro, zinco e
pró-vitamina A. Começamos trabalhando com mandioca, feijão e milho. Depois
fomos adicionando outros alimentos, como o feijão-caupi (variedade resistente à
seca), batata-doce, trigo e abóbora. Estamos buscando alimentos básicos,
consumidos em grande quantidade pela população mais carente” – Marilia Nucci,
engenheira de alimentos da Embrapa.
Consumo
O foco do
projeto é favorecer a Região Nordeste. Testes foram feitos nos estados do
Maranhão, de Sergipe e do Piauí, onde também é processada a multiplicação das
sementes.
A
distribuição das sementes é feita por meio de pedidos diretos, que podem ser
feitos por prefeituras ou escolas, podendo ser utilizados nos programas de
merenda escolar.
No Brasil já
são cerca de 1,2 mil famílias plantando alimentos biofortificados, com
expectativa de se chegar a 15 mil nos próximos três anos.
Em 2014, a
Embrapa pretende desenvolver um teste de impacto nutricional com a população
para medir e comparar os resultados dos alimentos biofortificados e dos
convencionais.
O projeto:
- O feijão teve os teores elevados de 50 gramas
para 90 gramas de ferro por quilo;
- A mandioca, que praticamente não tem
betacaroteno, passou para nove microgramas por grama;
- A batata-doce teve o betacaroteno elevado de
10 microgramas por grama para 115 microgramas por grama;
- O arroz teve o teor de zinco acrescido de 12
para 18 microgramas por quilo.
Fontes:
Embrapa e Agência Brasil
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